domingo, fevereiro 03, 2013

Reflexão

Emmanuel e Chico Xavier.

Livro: Mãos Unidas - IDE



Ressentimento não se constitui tão só do azedume que se nos introduz
no espírito, quando a incompreensão nos torna intolerantes, à frente
das grandes dificuldades de alguém.

Existem igualmente os pequeninos contratempos do cotidiano que, sem a
precisa defesa da vigilância, acabam por transformar-nos o coração em
vaso de fel, a expelir germes de obsessão e desequilíbrio, ambientando
a enfermidade ou favorecendo a morte.

Analisemos essas diminutas irregularidades que nos será lícito
classificar como sendo cargas de sombra íntima:

- o descontentamento à mesa porque a refeição não apresente o prato ideal;

- a impaciência ante a condução retardada;

- a indisposição contra o clima;

- a contrariedade em serviço;

- o constrangimento para desculpar um amigo;

- o mal estar perante um desafeto;

- o melindre desperto, em ouvindo opiniões que se nos mostrem desfavoráveis;

- o desagrado nas compras;

- o desgosto injustificável em família, unicamente pelo motivo deste
ou daquele parente não pensar pela nossa cabeça;

- os cuidados exagerados com obstáculos naturais na experiência comum;

- a pressa e a agitação desnecessárias;

- o descontrole ante uma visita problema;

- a exasperação diante de uma tarefa extra programa;

- o desespero contra as provas inevitáveis que a vida nos oferece a cada um.

Tanto pesa na balança o quilo de chumbo em massa, quanto o quilo de
palha nela depositado, de haste em haste.

Meditemos, em torno disso, e reconheceremos que o perdão incondicional
deve também alcançar as mínimas circunstâncias que se nos façam
adversas.

Em síntese, para que a paz more conosco, assegurando-nos proveito e
alegria, nos caminhos do tempo, é forçoso não apenas trabalhar e
servir sempre, mas igualmente compreender e abençoar.

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