Emmanuel e Chico Xavier.
Livro: Mãos Unidas - IDE
Ressentimento não se constitui tão só do azedume que se nos introduz
no espírito, quando a incompreensão nos torna intolerantes, à frente
das grandes dificuldades de alguém.
Existem igualmente os pequeninos contratempos do cotidiano que, sem a
precisa defesa da vigilância, acabam por transformar-nos o coração em
vaso de fel, a expelir germes de obsessão e desequilíbrio, ambientando
a enfermidade ou favorecendo a morte.
Analisemos essas diminutas irregularidades que nos será lícito
classificar como sendo cargas de sombra íntima:
- o descontentamento à mesa porque a refeição não apresente o prato ideal;
- a impaciência ante a condução retardada;
- a indisposição contra o clima;
- a contrariedade em serviço;
- o constrangimento para desculpar um amigo;
- o mal estar perante um desafeto;
- o melindre desperto, em ouvindo opiniões que se nos mostrem desfavoráveis;
- o desagrado nas compras;
- o desgosto injustificável em família, unicamente pelo motivo deste
ou daquele parente não pensar pela nossa cabeça;
- os cuidados exagerados com obstáculos naturais na experiência comum;
- a pressa e a agitação desnecessárias;
- o descontrole ante uma visita problema;
- a exasperação diante de uma tarefa extra programa;
- o desespero contra as provas inevitáveis que a vida nos oferece a cada um.
Tanto pesa na balança o quilo de chumbo em massa, quanto o quilo de
palha nela depositado, de haste em haste.
Meditemos, em torno disso, e reconheceremos que o perdão incondicional
deve também alcançar as mínimas circunstâncias que se nos façam
adversas.
Em síntese, para que a paz more conosco, assegurando-nos proveito e
alegria, nos caminhos do tempo, é forçoso não apenas trabalhar e
servir sempre, mas igualmente compreender e abençoar.
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